ERNESTINA
Datas político-administrativas importantes:
1834, 5 de agosto. Criação do 4º Quarteirão, Pessegueiro, 4º Distrito, Passo Fundo, Município de Cruz Alta.
1858. Divisão distrital do Município de Passo Fundo, o futuro território de Ernestina integra o 4º Distrito, Jacuizinho (posteriormente Carazinho).
1910. Registro da Colônia Ernestina na Diretoria de Terras e Colonização.
1924, 14 de julho. Ato Municipal nº 398 cria Distrito Colônia Ernestina com o nº 11.
1926, 14 de julho. Ato Municipal nº 431, Distrito Ernestina nº 11.
1931, 24 de fevereiro. Ato Municipal nº 489, Distrito Ernestina nº 8.
1938, 31 de março. Decreto Estadual nº 7.199 confirma o Distrito Ernestina e eleva sua sede à categoria de Vila.
1986, 6 de agosto. Primeira reunião pública da Comissão Pró-Emancipação e eleição da Diretoria.
1986, 27 de novembro. Credenciamento da Comissão Pró-Emancipação.
1987, 13 de dezembro. Consulta Plebiscitária.
20 de dezembro. Apuração e proclamação dos resultados.
1988, 11 de abril. Lei Estadual nº 8.554 cria o Município de Ernestina.
15 de novembro. Primeira eleição municipal: Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores.
1989, 1º de janeiro. Instalação do Município de Ernestina com posse dos Vereadores,
instalação da Câmara de Municipal e a posse do Prefeito Municipal.
Dos Primórdios ao final do século 19
Índios, jesuítas e bandeirantes
O território onde hoje situa-se Ernestina está povoado por seres humanos faz mais de 12 mil anos. Quando na terceira década do século 17 os primeiros europeus, “homens brancos”, os jesuítas, chegaram à região as matas estavam habitadas por parcialidades Jê ou Tapuia e os campos por parcialidades guaranizadas. Os Jê ou Tapuia de então são ancestrais dos atuais Kaingáng. As parcialidades guaranizadas integravam o grande grupo Tupi-Guarani. Os Jê ou Tapuia, selvícolas, habitantes da selva, mostraram-se resistentes a ser reduzidos pelos jesuítas ou outros missionários cristãos. Ao contrário os Tupi-Guarani e as etnias por eles influenciadas aceitaram com relativa facilidade ser reduzidos, o que na linguagem da época significava catequização cristã e aprendizagem de ofícios, práticas e cultura europeias. A ação missionária configurou-se em aculturação e enculturação forçadas. Os padres de Cia. de Jesus, Societas Iesu, com sede provincial geral em Assunção, Paraguai, atuaram junto aos Tupi-Guarani e guaranizados. No século 17 subdividiram o atual estado do Rio Grande do Sul em três áreas, denominadas províncias missionárias, Uruguai, Tape e Ibia, de acordo com os grupos étnico-linguísticos que as compunham. Divisão arbitrária e imprecisa, exemplo disso, a Redução de Santa Thereza em Passo Fundo e a Redução de São Joaquim em Soledade, Tape, a Redução de São Carlos em Carazinho, Uruguai. Na área Ibia não foram implantadas reduções. Indígenas da área Ibia foram transmudados para reduções das províncias Tape e Uruguai. A Redução dos Pinheirais* e dos Ervais* consagrada à Santa Thereza d’Avila foi oficialmente fundada no Natal de 1632 junto às nascentes do Igay (Rio Jacuí) e do Curiti (Rio Passo Fundo). No mês de março de 1633 o Padre Francisco Ximenes, considerado fundador da missão, transmudou os índios reduzidos a jusante do Rio Jacuí para a área que veio a ser conhecida como Pessegueiro. A esses índios da tribo do cacique Guaraé foram agregados ibiangaras do Rio Guaporé. A sede da redução ficou localizada no atual distrito do Pulador, município de Passo Fundo. Também referida como “do Igay” a redução estendia-se, beirando o Rio Jacuí, até parte do atual território do município de Ernestina.
Pinheiro brasileiro, Araucaria angustifolia, em Tupi-guarani denominado Curiti.
Erveira, a árvore da erva-mate, Ilex paraguariensis, em Tupi-guarani denominada Congonha ou Caa.
No final de 1636 o bandeirante paulista Antônio Raposo Tavares atacou a Redução de São Joaquim, índios catequizandos que não foram aprisionados refugiaram-se em Santa Thereza. Em junho de 1637 Raposo Tavares estava de retorno a São Paulo conduzindo grande quantidade de índios reduzidos e apreciável botim de guerra. No Natal de 1637 André Fernandes, no comando de um destacamento da bandeira de Raposo, assenhorou-se da Redução de Santa Thereza e expulsou os dois jesuítas, Pe. Francisco Ximenes, vigário, e Pe. João de Salas, coadjutor. De acordo com o relato dos jesuítas a redução contava com cerca de 4.000 índios, 500 cabeças de gado vacum, além de suínos e caprinos. Fernandes não destruiu a sede da redução, mandou construir paliçada e fortim. Lavouras, hortas, pomares e criação de gado foram mantidas usando o trabalho dos índios instruídos pelos jesuítas. O empreendimento, sob o nome de Arraial do Igay, foi adaptado para servir de entreposto de apoio às bandeiras que se dirigiam ao Sul na preação * de índios reduzidos.
Prear = capturar, aprisionar, tornar cativo.
André Fernandes, cristão novo, permaneceu no Arraial do Igay por quatro anos. Quando dali se retirou deixou na administração e assistência religiosa o seu filho Padre Francisco Fernandes Oliveira, sacerdote formado no seminário jesuíta de Assunção, Paraguai. Os bandeirantes paulistas permaneceram por mais de 30 anos no Arraial. Quando os bandeirantes abandonaram o Igay, o Pe. Francisco tornou-se vigário de Parnaíba, cidade paulista fundada pelo seu pai, André Fernandes. A denominação “Pessegueiro” que mais tarde foi aplicado à toda área da Redução dos Pinhais e Ervais, depois Arraial Bandeirante, é provável referência aos pomares, implantados pelos jesuítas e conservados pelos paulistas, onde eram produzidas frutas, com predominância do pêssego, em espanhol durasno, donde durasnal citado em relatórios dos inacianos. Assim Durasnal foi traduzido, Pessegueiro. Em 1687 os jesuítas retornaram à região, porém não instituíram missões catequéticas, concentradas que estavam nos chamados Sete Povos. Junto ao Uruguai Pitã (atual Rio da Várzea) estabeleceram um carijo, com capela e guarda guaranítica. Este estabelecimento ervateiro, abrangendo toda área do “Pessegueiro”, ficou subordinado ao Povo de São João Batista. A Erva-Mate era o principal produto de que a Companhia de Jesus dispunha para suas trocas comerciais com Buenos Aires. Parte da Erva-Mate era exportada para a Europa.
ERNESTINA
Subordinação político-administrativa
Ernestina, ao longo do tempo, além de integrar o município de Rio Pardo, fez parte de Cruz Alta de 4 de agosto de 1834 a 7 de agosto de 1857, quando veio fazer parte de Passo Fundo até a emancipação a 1º de janeiro de 1989. Por resolução datada de 5 de agosto de 1834 a Câmara Municipal dividiu Cruz Alta em seis distritos ficando Passo Fundo, 4º Distrito, subdividido em cinco quarteirões. O atual território de Ernestina ficou compreendido no 4º Quarteirão, Pessegueiro. O quarteirão do Pessegueiro fazia divisa com o quarteirão sede do distrito pela atual divisa dos municípios de Passo Fundo e Santo Antônio do Planalto, Rio da Várzea, e estendia-se a oriente até a divisa com o então município de Cruz Alta. Anteriormente a essa divisão administrativa Bernardo Paes de Proença e Alexandre José da Motta haviam recebido concessões de glebas de terra no “Rincão do Pessegueiro”. Em 1827 Proença estabeleceu-se na margem direita do Rio da Várzea e Motta na margem esquerda. O Rincão do Pessegueiro também é citado como “Serra do Pessegueiro”. A 26 de novembro de 1847, pela Lei Provincial nº 99, a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Passo Fundo foi elevada à categoria de Freguesia, permanecendo a área na condição de 4º Distrito de Cruz Alta, porém subdividido em sete quarteirões. Do quarteirão do Pessegueiro, que continuou sendo o 4º, foi desmembrado o 6º Quarteirão, Jacuizinho. Ernestina foi mantida no quarteirão do Pessegueiro. Em razão da divisão administrativa do município de Passo Fundo em sete distritos, realizada em 1858, Ernestina ficou no 7º Distrito, Alto Jacuí. Este 7º Distrito também é referido Não-Me-Toque. O distrito não deve ser confundido com a Colônia Não-Me-Toque. O povoado Não-Me-Toque era sede distrital e sede da colônia.
Colônia Ernestina
A Colônia Ernestina, e em consequência a atual cidade e parte do atual município de Ernestina, originou-se da doação de Antônio José da Silva Loureiro, o “Barão”, a Ernestina Kruel Niederauer. Às vésperas do casamento com Adolfo Schell Loureiro, a 30 de dezembro de 1903, Ernestina recebeu de seu futuro sogro uma gleba de terras. Foi uma espécie de dote nupcial. Posteriormente, João Fernando Kruel, tio de Ernestina, casado com Aurora, irmã de Adolfo, loteou em sociedade com Adolfo o terreno doado a Ernestina. A área foi dividida em lotes rurais, “colônias”, e em lotes urbanos. A área loteada foi denominada Colônia Ernestina em homenagem à proprietária Ernestina Kruel Niederauer Loureiro “Pepita”. Os lotes urbanos, sede da colônia, deram origem à atual cidade de Ernestina. Outra área loteada diretamente por Antônio José da Silva Loureiro deu origem à denominada Posse Barão (e ao Taquaral, área no atual Município de Santo Antônio do Planalto). Uma área junto ao Rio Jacuí e lindeira ao 1º Distrito foi loteada por João Issler, casado com uma sobrinha do Barão.
Ernestina Kruel Niederauer
“Pepita”, como era conhecida em família, nasceu em Santo Ângelo, no ano de 1889, filha de Jacob Luiz Niederauer e de Rosalina Hoffmeister Kruel. Em 30 de dezembro de 1903 casou com Adolfo Schell Loureiro, ocasião em que recebeu do sogro as terras que vieram a ser a Colônia Ernestina. Adolfo e Ernestina tiveram duas filhas e um filho: Walter Niederauer Loureiro, Cacilda Niederauer Loureiro, tornou-se monja carmelita, e Felipina Niederauer Loureiro, casada com Lazico Ortiz. Ernestina Kruel Niederauer Loureiro faleceu em Porto Alegre a 25 de julho de 1963.
A terra doada pelo Barão foi loteada por Adolfo Schell Loureiro, marido de Ernestina, em sociedade com o cunhado João Fernando Kruel, tio de Ernestina. A área foi dividida em lotes urbanos, sede da colônia, atual cidade de Ernestina, e em lotes coloniais que atualmente integram o município de Ernestina. O registro na Diretoria de Terras e Colonização ocorreu no ano de 1910 sob o nome de Colônia Ernestina, em homenagem a sua proprietária. Em 13 de abril de 1950, João Fernando Kruel e sua esposa Aurora Shell Loureiro doaram ao Poder Público Municipal passo-fundense a área da atual praça central da cidade de Ernestina. Em 29 de agosto de 1991 foi formalizada a transferência da propriedade (praça) ao Município de Ernestina, por motivo da emancipação do mesmo.
Emancipação Municipal
O ano de 1986 foi marcado por uma série de atividades e procedimentos destinados à emancipação municipal do Distrito de Ernestina. Após intensa campanha de esclarecimento e divulgação ocorreu no dia 6 de agosto de 1986 importante reunião no Salão Paroquial da Comunidade Evangélica na Vila Ernestina. Compareceram lideranças e população em geral da área a ser emancipada. Ao longo dos debates e explanações foram ressaltadas e explicadas as determinações contidas na Lei Complementar nº 1, de 9 de novembro de 1967. Lei federal estabelecendo os requisitos mínimos para emancipação municipal e a forma da consulta plebiscitária.
Participaram da reunião 119 pessoas, todas moradoras e com domicílio eleitoral na área a ser emancipada. Foi eleita por aclamação a Comissão Pró-Emancipação do Distrito de Ernestina e parte do Distrito do Pulador:
Diretoria:
Jaime Gonçalves da Silva – Presidente
Odir Gentil Ferst – Vice-Presidente
Marico Alfredo Ferst – 1º Secretário
Paulinho Eugênio Goedel – 2º Secretário
João Cláudio Goedel – 1º Tesoureiro
Gelson Ireno Arend – 2º Tesoureiro
Conselho Fiscal:
Clareci Neckel
Lauro Lindolfo Penz
Benno Gnich
A 27 de novembro de 1986 a Comissão encaminhou o seu credenciamento conforme Processo nº 8.755/86-8. A 20 de agosto de 1987 solicitou a autorização para realização da Consulta Plebiscitária, Processo nº 5.075/87-4. Consulta devidamente autorizada na forma do Processo nº 5.788/87-0, de 9 de setembro de 1987, do Projeto de Lei nº 171/87 e da Lei nº 8.356 de 22 de setembro de 1987.
Plebiscito
No dia 13 de dezembro de 1987 ocorreu a Consulta Plebiscitária. No dia 20 de dezembro de 1987 foi procedido o escrutínio. No Cartório Eleitoral da 33ª Zona Eleitoral, no Fórum da Comarca de Passo Fundo, às 17 horas, reuniu-se a Junta Apuradora presidida pelo Juiz Eleitoral Dr. Marcel Esquivel Hoppe. Realizada a apuração, foram proclamados os seguintes resultados:
Total de eleitores inscritos: 1.815
Total de votos SIM: 1.192
Total de votos NÃO: 43
Total de votos em BRANCO: 6
Total de votos NULOS: 3
Abstiveram-se: 571
Total de eleitores que votaram: 1.244
Com base nesses números foi declarada a manifestação favorável à emancipação municipal de Ernestina. Durante o período 1986-1988, ocorreram no Rio Grande do Sul mais de uma centena de movimentos emancipacionistas, dos quais oitenta e oito lograram êxito, entre eles Ernestina.
Lei de criação do município
Decretada pela Assembleia Legislativa a Lei n° 8.554 de criação do Município de Ernestina constituído pelo Distrito de Ernestina, pertencente ao Município de Passo Fundo, foi sancionada pelo Governador do Estado Pedro Simon, a 11 de abril de 1988.
Instalação do Município de Ernestina
A 1º de janeiro de 1989 deu-se a instalação oficial do Município de Ernestina mediante a Posse dos Vereadores eleitos, a instalação da Câmara Municipal e a Posse do Prefeito eleito. A sessão solene contou com a presença de centenas de cidadãos e cidadãs ernestinenses. Presidiu o ato, inicialmente, o Vereador João Mozart Dias, por ser o vereador mais idoso, o qual encaminhou a Posse dos Vereadores eleitos e a eleição da Mesa Diretora. Tendo sido eleito Presidente da Câmara o Vereador João Pedro Werle, assumiu a direção dos trabalhos, dando na sequência Posse ao Prefeito, Jaime Gonçalves da Silva, e ao Vice-Prefeito, Aderi Baumgratz Soares. Presente à sessão o Sub-Prefeito Noberto Gayer num gesto simbólico entregou ao Prefeito empossado as chaves da Sub-Prefeitura, daquele momento em diante Prefeitura Municipal de Ernestina. A partir deste ato solene de instalação dos poderes Legislativo e Executivo começou a existir o Município de Ernestina.
População e Território
O Município de Ernestina está situado na microrregião Noroeste Rio-Grandense, macrorregião Passo Fundo, Planalto Médio do Rio Grande do Sul. Coordenadas da sede municipal: Latitude -28,499; Longitude -52,573, Altitude 493 metros acima do nível do mar.
O Município apresenta relevo ondulado, atingindo em alguns pontos a altitude de 720 metros, tem clima subtropical, com invernos frios e geadas fortes, temperatura média anual 18°C. e pluviosidade anual 1.850 mm.
O Município é atravessado, no rumo geral Sul-Norte, pela RS-153 (antes RST-153). Possui acesso fácil à BR-386, Rodovia Governador Leonel de Moura Brizola. Pela RS-233 liga-se a Victor Graeff, Tapera e Ibirubá. A cidade de Ernestina dista 240 km de Porto Alegre e 30 km da cidade de Passo Fundo.
Em 1980 o Distrito de Ernestina contava com 2.658 habitantes. Quando da emancipação o Município teve sua população estimada em 5.000 habitantes, distribuídos em um território de 297 km². Em 1991 o Censo do IBGE constatou no Município de Ernestina uma população de 3.846 habitantes, sendo 747 na área urbana e 3.099 na área rural. Dados IBGE-1996 3.811 habitantes, densidade demográfica 12,95 hab./km². TER-1996 2.976 eleitores. Em 1º de janeiro de 2001, quando da emancipação do município de Tio Hugo (criado pela Lei nº 10.764 de 16.04.1996), o território de Ernestina foi reduzido em cerca de 40 km². O território atual do Município de Ernestina é de 239,147 km², com uma população estimada em 3.215 habitantes (IBGE, 2017). O último censo, IBGE 2010, constatara uma população de 3.088 habitantes, correspondendo à densidade populacional de 12,91 hab/km². PIB – Produto Interno Bruto, ano de 2015, R$ 42.225,50. CEMPRE – Cadastro Central de Empresas, apresenta os seguintes dados relativos ao Município de Ernestina, ano 2016: Salário médio mensal dos trabalhadores 2,1 salários mínimos; Pessoal ocupado 865 pessoas; População ocupada 26,9%.
O Município de Ernestina integra a Associação dos Municípios do Alto Jacuí – AMAJA.
O Município de Ernestina integra o Conselho Regional de Desenvolvimento da Zona da Produção – Corede Produção.
O Dia do Município é comemorado no dia 11 de abril.
O gentílico de Ernestina é ernestinense*.
No estado de São Paulo existe o município de Santa Ernestina cujo gentílico também é ernestinense.
A Economia Ernestinense pós-emancipação
Após a emancipação a Economia ernestinense manteve a tradicional base agrícola das últimas décadas do século 20. Agricultura, principal fator econômico do Município. Todavia as atividades rurais, ao longo do tempo, tiveram significativas mudanças, algumas praticamente desapareceram. Na década de 1950 a cultura da mandioca foi substituída pela triticultura, as razões foram várias, em especial o esgotamento do solo, os incentivos do governo federal ao plantio do Trigo, Triticum sativum, e à motomecanização da lavoura. Nas últimas décadas ocorreram outras radicais mudanças nas culturas de maior importância. Destaque especial para uma nova cultura, a Soja, Glycine max (Ervilha grande). A soja começou a ser cultivada no Rio Grande do Sul, ainda na década de 1950, como cultura complementar ao Trigo, logo expandiu-se e tornou-se rapidamente em produto soberano da lavoura gaúcha. Não foi diferente em Ernestina. Com uma agricultura voltada à produção de grãos para comercialização segue-se à soja o trigo, o milho, a cevada e a canola. Pequenos agricultores dedicam-se a outras culturas tais como arroz, feijão, aveia, mandioca e verduras, em geral apenas para subsistência e atendimento do mercado interno.A pecuária, sem a importância da agricultura, desenvolve a criação de suínos, bovinos, ovinos e aves. Cabe notar que em torno de 70% da pecuária ernestinense é desenvolvida em pastagens artificiais. A produção leiteira bastante significativa. A avicultura produz aves de corte e ovos. A piscicultura conta com açudes de criação de peixes. As atividades rurais ocupam cerca de 80% do território municipal. A atividade industrial é de pequeno porte, dedicada ao atendimento das necessidades locais. Destacam-se fábricas de esquadrias de madeira e de ferro, de tubos e outros artefatos de concreto, de carregamento de extintores, de carvão e de erva-mate, sapataria, olarias e moinhos de cereais. O comércio e os serviços são amplos e variados, porém, voltados quase que exclusivamente ao público local.
Fonte:
AGUIRRE, Alexandre. & AVILA, Ney Eduardo Possap d´. Ernestina: Cidade e Município. Passo Fundo: Berthier, 2018